A vida de um aprendiz de malabares

Lucas  Barreto manipulando bolinhas no ar.

Lucas Barreto tem onze anos, é estudante e aprendiz de malabares –Eu ensaio malabares, eu já estou jogando cinco bolinhas, ai eu vou aprendendo aos poucos– O menino que está na quinta série colegial diz que quer seguir a carreira de malabarista e que sua família, que também é do circo, o apóia e incentiva a continuar – Minha família é minha inspiração, a minha mãe fala pra eu estudar muito e me dá força pra continuar no malabares também, ela fala pra eu comer muita salada e beber muita água pra não acabar minha força, ela fala pra eu continuar a treinar pra poder estar cada vez mais no palco, e meu pai e eu pretendemos fazer rebot, que é um tipo de malabares com as bolinhas. Meus tios sempre falam pra eu continuar nessa carreira como malabarista, eles dizem “ensaia porque quando você crescer vai ser um bom malabarista, você vai viajar a trabalho pra fora do Brasil”, todo mundo dá força pra eu continuar.
Barreto conta que em sua primeira apresentação, antes de entrar no palco ficou muito nervoso –Eu fiquei lá no fundo do palco “ah, eu não vou conseguir”– e depois que entrou passou o nervoso e ele viu que era exatamente daquilo que ele gostava, da emoção de estar no palco –O que vem mais na minha lembrança é o público aplaudindo, todo mundo gostando, tudo mundo batendo palma– Lucas conta ainda do incentivo recebido pelo dono do circo em que atuou pela primeira vez –Até hoje eu me lembro que o dono do circo disse que era pra eu continuar viajando, pra eu continuar pegando os outros circos que tem pela frente, pra eu seguir meu trabalho.
O aprendiz começou a treinar malabares com apenas oito anos, decidido ele justifica suas escolhas – Eu moro no circo, eu nasci em circo, eu pretendo continuar no circo, e eu sempre quis fazer algum trabalho no circo, então eu pensei “eu vou fazer malabares”, porque tem algumas coisas aqui que eu não gosto, tipo tecido, eu não gosto, então eu preferi malabares, ai eu comecei a treinar e acostumei com a ideia – E conta que tem uma rotina (quase diária) de treino de aproximadamente quarenta minutos.
Assim como todo circense, Lucas segue alguns truques de alimentação –Como de tudo um pouquinho, mas quando eu ensaio não tomo muito refrigerante, só água (...) no almoço eu não como muita batata frita, eu como sempre uma salada, como arroz e feijão.
O menino diz que não vê problemas eu viver viajando, que por um lado é ruim porque quando está habituado à escola e aos amigos, é hora de ir embora, mas se diz acostumado. E por outro lado é bom porque de tanto viajar, acaba aprendendo muitas coisas sobre os Países e os Estados aos quais o circo está em temporada –Viajo muito, viajo pra todos os lugares, vejo os espetáculos, conheço muitas pessoas de circo, isso é muito legal pra mim.

O aprendiz de malabares diz que adora o que faz.

Lucas Barreto definindo o aplauso em suas palavras, diz com espontaneidade –Pra mim o aplauso é uma emoção, é uma diversão. Sempre que você vê um aplauso do público você fala “estou orgulhoso”, você vê o aplauso do público, você pode errar, mas o público aplaude, quando você faz tudo certinho, eles aplaudem de pé até, é muita emoção pra mim.
Para o aprendiz de malabares viver é ...muito divertido.